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31 agosto 2010

Entrevista com a Dra. Norma Beatriz Coria

A conscientização cultural e moral através da educação

As novas gerações, através do processo educativo, aprendem tudo sobre as gerações passadas, os conhecimentos da época, as normas de conduta e as maneiras como viam o mundo, mas ao mesmo tempo criam as suas próprias características culturais.

Na cidade de Buenos Aires há uma instituição que, de forma exemplar, desenvolve este processo. O Instituto Educativo Moruli é responsável por educar com caráter, com o fim de alcançar a harmonia e o equilíbrio necessário à sociedade.

Por este motivo, nesta entrevista com a Dra. Norma Beatriz Coria, diretora geral da instituição, saberemos mais sobre qualidade educacional e responsabilidade social.

Norma Beatriz Coria nasceu em Buenos Aires, Argentina, cidade na qual fundou o Instituto Educacional Moruli em parceria com seu esposo, Dr. Salvador Leni, instituição que há 44 anos desenvolve a metodologia da Escola Ativa de John Dewey.

Além do mais, é diretora regional da Argentina, Uruguai e Paraguai na Organização das Américas para a Excelência Educativa – ODAEE.



A Dra. Norma Beatriz Coria é uma reconhecida pedagoga, ocupou e ocupa cargos importantes e recebe menções em organizações relacionadas com a educação e a cultura, como a Organização Mundial para Educação Pré-escolar, o Conselho Nacional de Reitores de Instituições Privadas; A Associação de Institutos de Ensino Privado; a Junta de Estudos Históricos Coghlan e a Latin American Quality Institute.


ENTREVISTA

Primeira parte: Qualidade educacional.
Conduzida por Prof.ª Mary

1. Dra. Norma, descreva-nos brevemente suas experiências na área da educação.

Minha experiência é marcada por um único objetivo: o ensino. Fui professora de nível inicial, trabalhei em escolas de aplicação da escola normal nacional, nos cursos do Instituto del Profesorado, estive presente em salas de aula de escolas de Ensino Fundamental, tanto públicas como privadas, além de ter ocupado cargos de direção em organizações relacionadas à educação.

Além do mais, ministrei cursos e seminários, organizei congressos de educação a nível mundial. Fundei a Escola Argentino-chinesa e o Instituto Educativo Moruli, no qual permaneço desde o ano 1966 como diretora geral.

Se pudesse resumir toda a minha experiência como educadora, diria em poucas palavras: “Sou feliz, faço o que gosto: educar.”



2. Como nasceu a idéia de formar o Instituto Educativo Moruli?

Esta empresa de serviços educativos nasceu a partir de um sonho. Em 1966, quando ainda era jovem, sempre tinha a idéia de assistir às aulas de uma oficina de aprendizagem de vida. No outono desse ano surgiu a idéia de formar grupos de Jardim Infantil no bairro de Belgrano, o qual chamamos de Moruli. Mas somente três anos depois e devido a uma casualidade, abrimos a escola primária.

Hoje, com 44 anos de trajetória, vemos como participamos do crescimento e do desenvolvimento de gerações de crianças e adolescentes em todos os níveis de estudo. Uma instituição que nutre e se nutre a cada dia das atividades e do crescimento mútuo. Hoje, aqueles jovens empreendedores são empresários com uma idéia vigente: priorizar a busca por valores mais que a rentabilidade.


3. Para você, quais são os efeitos valorizados positivamente pela sociedade com relação ao processo de formação?

A sociedade valoriza a capacidade de reagir com critério perante a problemática atual. Para isso, a formação dos alunos não deve ser somente técnica e informativa, mas devemos prepará-los para enfrentar situações inesperadas. A educação deve ser o ponto de partida em virtude do qual a alma adota uma posição perante o mundo e a vida. Como dizia Platão: “O real valor de uma educação é oferecer paradigmas das grandes virtudes através das quais o ser humano alcança a excelência.”


4. Em sua opinião, como a docência evoluiu através dos anos?

Com o passar dos anos, o papel do docente foi se confundindo com o papel de um trabalhador comum, o que prejudicou o desenvolvimento da classe, pois um docente, além da prática de sua tarefa, tem também em mãos a formação do homem de amanhã e é o único capaz de “tocar” o futuro, pois é quem ensina.

Apenar dos avanços tecnológicos ao alcance dos docentes, não se observa uma adequada formação para esta época. Ensinamos com planejamentos do século XIX e com professores do século XX aos alunos do século XXI. A mudança fundamental deveria partir das escolas de formação docente, capacitando de forma adequada o professor.




5. Existem dois aspectos fundamentais para a qualidade educacional: infra-estrutura e tecnologia. Conte-nos como sua instituição trata este tema.

Estes dois aspectos definem o perfil de uma instituição educacional:
  • A infra-estrutura ajuda a moldar os espaços: salas, oficinas, pátios, salões, etc., para alcançar os objetivos da Escola Ativa.
  • A tecnologia é a melhor ajuda pedagógica, pois dá infinitas possibilidades que antes não se podiam imaginar (salas virtuais, reuniões presenciais à distância, fóruns de intercâmbio de idéias, quadros digitais, informação online).

Tanto os recursos tecnológicos como os de infra-estrutura são considerados no momento de realizar o planejamento no Instituto Educativo Moruli, seja o planejamento diário, anual ou futuro, mas com o suficiente critério para não pensar que são imprescindíveis. A sala pode ser qualquer espaço e o material de apoio à aprendizagem pode ser o objeto mais próximo e mais simples.

Domingo Faustino Sarmiento, Professor da América, exercia o magistério num rancho de barro com teto de palha e sem nenhuma tecnologia, e até hoje é considerado o maior professor de todos os tempos.

Outro exemplo que temos é uma anedota de Albert Einstein, quando sua esposa – perante uma extraordinária explicação dos últimos avanços tecnológicos – disse: “Vocês usaram tudo isto para chegar ao mesmo resultado que Albert consegue chegar usando apenas uma folha de papel e um lápis.”


6. Como poderia definir cada um dos princípios de nova educação (atividade, vitalidade, liberdade, individualidade e coletividade) que são parte de seu projeto institucional?

Nosso projeto institucional está baseado nestes princípios da Escola Nova, os quais são princípios do final do século XIX e que ainda continuam vigentes.
  • Atividade: como ação produtiva, não como movimento improdutivo.
  • Vitalidade: todo ser humano é vital e ainda mais uma criança ou um adolescente. Cada aprendizagem deve ser considerada suas necessidades no estado no qual se encontrar.
  • Liberdade: em todos os aspectos da palavra, de pensamento e de ação, porém considerando o respeito pelos outros.
  • Individualidade: cada ser é único e desta forma deve ser considerado pelo professor na organização de sua aula, estando atento às múltiplas inteligências de seus alunos.
  • Comunidade: pertencemos a um grupo, o grupo humano, e devemos saber como e o que é preciso para fazer parte da comunidade, ativa e positivamente, sendo democráticos, analíticos, solidários e responsáveis 


    Segunda parte: Responsabilidade social.
    Conduzida por Mr. Quality


    7. Qual é o perfil do aluno no centro educacional? Como afeta o entorno social?

    Uma palavra definiria esse perfil: criterioso. Através da função primordial da pedagogia, a transmissão do saber, da cultura e dos mecanismos que fazem possível a renovação, aplicamos a educação num sentido que vise uma melhor qualidade dos produtos e uma maior elevação do espírito. E perante a quantidade de ideias que de forma direta ou indireta também contribuem para com enfraquecimento desta função (o facilismo, a indisciplina, o desânimo para com a competência e a degradação dos conteúdos) é preciso ser criterioso e pensar bem antes de agir conforme os valores fundamentais que devem ter os seres humanos: a disciplina, o esforço, o incentivo ao mérito e à competência, além do respeito pela vida.

    Ao finalizar o Ensino Médio, nosso aluno será capaz de:
      • Ingressar ativamente na realidade nacional, adotando uma atitude participativa, consciente e responsável.
      • Avaliar a importância dos valores éticos e morais em qualquer atividade.
      • Desenvolver um pensamento crítico e reflexivo, gerando respostas criativas.
      • Valorizar o sistema democrático como forma de vida e convivência pacífica.
      • Adquirir uma visão interdisciplinar com relação às diferentes áreas do conhecimento.
      • Prosseguir nos estudos superiores com uma sólida base de conhecimentos específicos, sem desprezar sua formação integral.
      • Desenvolver ações pensadas, ordenadas e efetivas.
      • Reconhecer a experiência como um sinônimo de educação.
      • Alcançar a excelência na aquisição de conhecimentos.
      • Considerar a tarefa de aprender como algo prazeroso.
      • Defender a vida e a saúde como melhor riqueza.
      • Ter uma atitude respeitosa pelas manifestações de pensamento, sustentando suas próprias convicções.


      8. A responsabilidade social é uma atitude pró-ativa. Em seu caso, qual o compromisso que mantém a instituição para com a sociedade?

      Através da instituição educacional que eu dirijo, sinto o compromisso de conservar por meio de ideias e ações os valores consagrados pela tradição artística, científica e filosófica continuada nas grandes realizações culturais da humanidade.

      Entretanto, não me refiro à tradição como uma atitude “tradicionalista”, mas vejo nas grandes obras vanguardistas a renovação e a continuidade da grande cultura da humanidade.




      9. Em que momento do processo educativo considera que se pode alcançar a interação social de um aluno?

      Desde o primeiro momento do processo educacional, que começa com os pais e o filho recém-nascido, já que os primeiros educadores são eles. Portanto, cada aprendizagem deve conduzir à aceitação do outro, o respeito pelas normas e tudo o que nos rodeia; a apreciação da vida como primeiro objetivo e a transcendência de seus atos, que lhe dará essa interação social desejável. O docente em cada uma das etapas deverá trabalhar os conteúdos de sua matéria considerando estas premissas.


      10. Para concluir, quais são as futuras metas em sua instituição?

      Como instituição educacional, nossas metas são: continuidade, responsabilidade e idoneidade. Sempre tomamos nosso trabalho com a atitude mental de um jogador (a diferença entre trabalho e jogo é apenas a atitude mental) e isso nos levou a transitar num caminho de sucesso que esperamos dar continuidade, pois nossos sucessores serão as crianças formadas em nossa instituição, as quais são os adultos de hoje e muitos deles trabalham conosco. Se conseguirmos fazer com que o Instituto Moruli continue existindo sem nós, já teremos alcançado o nosso objetivo futuro.

      07 julho 2010

      Entrevista com Alejandro Motta

      Um espírito empreendedor na América Latina

      - Informação sobre Alejandro Motta
      • Argentino, nascido em 05 de Janeiro de 1970. Casado, tem dois filhos de 4 e 8 anos;
      • Engenheiro eletrônico especialista em Marketing e Administração de Negócios;
      • Sua missão é ser um homem visionário, motivador e inspirador;
      • Empreende o estilo Values Based Management & Networking.
      - Atualmente trabalha como:
      - Premiações:
      • Master of Business Management 2006;
      • Master of Marketing Management 2006;
      • Quality Management 2007;
      • Quality Management 2008;
      • Jovem Destaque pela JCI TOYP 2009 - Santa Fe, Argentina.

      Entrevista realizada pelo Mr. Quality



      1.  Alejandro, conte-nos sobre sua trajetória e principais atividades como empreendedor.

      Eu me considero um empreendedor em série, realmente apaixonado. Encontrei nas Startup -ver definiçao- a atividade que reúne todos os meus sonhos, pois me permitem gerar novas fontes de trabalho, empreendedores, capital, modelos a seguir e, sobretudo, me permite chegar cada vez mais longe. Há aproximadamente 5 anos me encontro trabalhando, juntamente com minha equipe de colaboradores, em vários projetos, como:


      Muitos outros projetos serão ainda adicionados à lista. Cada um dos projetos cresce a cada dia e nós crescemos com eles. Meu papel fundamental sobre cada um deles é o de Manager da Startup ou Coach e Mentor do Manager da Startup.


      2. Em sua opinião, quais são as características primordiais de um empreendedor?

      Não pode faltar paixão num empreendedor. Sentimos paixão quando desejamos muito alguma coisa. Portanto, é fundamental para um empreendedor visualizar seu sonho e desejá-lo imensamente.


      3. Há um tema que gera muitas opiniões diferentes. Em sua opinião, o empreendedor nasce ou se faz?

      Temos que diferenciar os conhecimentos técnicos das competências e habilidades. Um empreendedor tem mais a ver com as competências e habilidades, ou seja, é visionário, comunicador, motivador, treinador, e assume muitos riscos. Essas características podem ser trabalhadas através de oficinas de Coaching, as quais se enfocam em transformar as fraquezas em forças. Além do mais, deve-se trabalhar muito para superar os medos e para que todas as práticas aprendidas nas oficinas de Coaching, realizadas com um grupo reduzido de pessoas que nos fazem sentir poderosos, sejam um hábito na vida real.

      Existem algumas pessoas de sorte que devem trabalhar muito pouco e são exemplos que nos fazem pensar que realmente um empreendedor simplesmente nasce empreendedor. Entretanto, é importante lembrar sempre da paixão, porque se ela não está presente, as competências e habilidades mencionadas anteriormente não servem de nada.


      4. Qual é a razão para que uma boa idéia alcance o sucesso ao ser posta em prática?

      Se existe paixão, podemos falar em metodologia. Com 100% de paixão e 0% de metodologia, podemos conseguir persistência e pensar que, cedo ou tarde, o sucesso aparecerá. Mas nos negócios isto não é bom, porque tentar novamente depois de que a primeira metodologia não funcionou, significa perda de tempo e de dinheiro.

      Utilizar a metodologia adequada numa Startup é fundamental para maximizar resultados e minimizar o tempo. Para isso, o empreendedor deve estar rodeado de assessores e consultores específicos divididos por área (Estratégia, Marketing, Recursos Humanos, Finanças, Direito, Gestão e Qualidade) e, sobretudo, é necessário que haja um mentor, aquela pessoa que já conhece o caminho e que pode advertir sobre onde se encontram os obstáculos.


      5. Com respeito a sua experiência, quantas boas idéias tiveram sua iniciativa e alcançaram o sucesso?

      São muitos os meus sonhos de negócios e graças à paixão que há em meus colaboradores e em mim, todos os sonhos vão se tornando realidade. Em meu portfólio de projetos de negócios poderão ser encontrados: NETCDS Holding, INyES Latino, ALPHA Digital, AXIOM Auditores, PMiQ, AQUILA Imports, entre outros, todos em forma de gestão de Startup, desde minha consultora MOTTA & Asoc.


      6. Acredita que um empreendedor se guia somente por seus instintos ou considera que é necessária uma formação?

      Sou engenheiro eletrônico e isto me torna uma pessoa muito analítica, metodológica e estratégica. Essa característica me faz crer muito pouco na intuição, embora algumas vezes me tenha sido útil. No meu caso, foi uma vantagem ter formação em MBA e em muitas oficinas de liderança, negociação, vendas, coaching ontológico, entre outros.

      Insisto sempre para que seja feita a distinção entre a formação e a informação. A primeira está ligada aos conhecimentos e a segunda às competências e habilidades. Não se pode descuidar da formação.


      7. Comente acerca do maior desafio que já enfrentou como empreendedor.

      Decidi deixar de trabalhar de forma dependente no ano de 2001. Nesse momento, havia já vários meses que não recebia salário e contava com 3 bonificações atrasadas. Tinha muitas dívidas provenientes de cartões de crédito e estava a ponto de perder meu carro por falta de pagamento das 3 últimas parcelas do crédito. Como se fosse pouco, no dia 12 de setembro nasceu meu primeiro filho. Passei por toda esta situação no meu país, Argentina, que para terminar de culminar os difíceis dias, me surpreendeu com a crise de 2001.

      Hoje pode parecer anedótica, não apenas esta situação, mas também a crise do campo e a crise financeira internacional, pela qual tive que transitar durante todos estes anos.


      8. Qual foi seu projeto principal? Como teve a idéia e que nível de complicação teve ao colocá-la em prática?

      O projeto mais importante está ocorrendo neste momento e está ligado ao fato de planejar minha vida trabalhando sobre 8 domínios: corpo, família, ambiente, universo, empresas, conhecimento, bens e tempo livre. Tento fazer com que cada um deles receba suficiente atenção e que em cada domínio me sinta satisfeito.

      Esta inquietude nasce no momento de trabalhar com uma frase que diz:

      Faça todo o seu trabalho como se tivesse mil anos para viver, e como o faria se soubesse que morreria amanhã.”
      Madre Ann Lee
      Líder religiosa dos Shakers


      9. É necessário que um empreendedor também seja um líder?

      Um empreendedor tem que ser muitas coisas. Entre elas, deve ser um grande influenciador e, sobretudo, o stakeholder de seu projeto. Uma pessoa é líder quando tem seguidores apaixonados e isto é o que um empreendedor deve poder conquistar, que sua equipe tenha tanta paixão como ele mesmo para conseguir o sucesso do projeto.


      10. É difícil ser um empreendedor na América Latina?

      Um recurso muito importante para uma Startup é o apoio financeiro, em outras palavras, o investidor, para que se possa executar o plano de negócios. Entretanto, a instabilidade política e econômica de muitos países latino-americanos não gera segurança aos investidores. Sem dúvidas, esta é a barreira mais importante a ser ultrapassada por um empreendedor na América Latina.


      11. Atualmente, com um mercado global tão competitivo, o que diferencia os empreendedores latino-americanos dos demais?

      Como o que não mata fortalece, podemos dizer que a falta de recursos econômicos alimenta a criatividade dos empreendedores e é fantástico ver as conquistas da criatividade quando se tem que suprir estes recursos econômicos. Os empresários latino-americanos são empresários empreendedores, porque ao contrário não subsistiriam.

      “Crocodilo que dorme, se transforma em carteira”, costumamos dizer, e isto é produto de viver num mercado de muitas ameaças, mas também de muitas oportunidades.


      12. Por último, que conselho daria àquelas pessoas que estão começando agora no mundo dos negócios?

      Diria que trabalhem sobre os 8 domínios de sua vida, não apenas sobre o projeto de negócio. Que não esqueçam seu corpo, sua família, seu crescimento profissional, seu patrimônio, sua sociedade, etc., pois trabalhando sobre todos esses domínios tudo será mais simples. Que se enfoquem em seus sonhos, que desejem tudo imensamente, gerando paixão, que somem a isso uma metodologia estudada e que sejam persistentes e disciplinados. E em último lugar, que não esperem o sucesso, e sim que saiam a conquistá-lo.

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